Depois de escreverem a mensagem gravada na árvore, os alunos e alunas desenharam com os olhos fechados: a árvore, uma nuvem, uma gota de chuva, um pássaro e duas flores ou mais perto da árvore.
Todos fizeram desenhos rápidos. A árvore aparece sempre muito acompanhada e amada pela nuvem que às vezes se desdobra em duas e mais, pelo pássaro, pela gota de chuva e pelas flores. Um aluno desenhou o sol. Um pássaro parece caminhar no ar sem cair e a picar o ar à procura de comida. Uma vez o pássaro parece um avião. Outra vez as duas flores parecem muito apaixonadas. Uma vez a nuvem parece um gato e o pássaro uma estrela a fazer-se. Outras vezes aparecem muitas gotas de chuva. Há uma flor que parece ter dentro dela um pássaro ou um insecto a preparar-se para nascer. E uma árvore parece uma cabeça de homem vista por detrás. O homem está a olhar para a nuvem, para a gota de chuva e para uma coisa… deve ser a gota de água que ainda não se formou. Há um desenho onde se vê a copa da árvore fingir que abre a boca, e a nuvem parece querer ir para essa boca e o pássaro vem a cair descansado com as asas atrás da cabeça muito relaxado. Num desenho há um pássaro que parece uma mosca toda maluca. Nesse desenho, a árvore parece ter uma grande boca redonda e muitas flores de um lado e do outro. Há uma árvore que parece ter um grande olho na copa e um nariz ainda maior a fazer-se de tromba. Vão entrar na boca dessa árvore talvez uma joaninha e uma barata. No ar, o pássaro, a nuvem e a gota de água. O menino que desenhou o sol desenhou perto dele três nuvens. Um aluno desenhou no ar a árvore, as flores, a gota de chuva e a nuvem. O pássaro também está no ar, mas é como se estivesse no chão a olhar para cima e para nós. Há um desenho cujo tronco da árvore parece o corpo de uma mulher: a copa os ombros, os braços, os cabelos e as mãos escondidas. A nuvem parece a cabeça dela. De um lado, no chão, as flores; do outro, mas perto da copa, a gota de chuva parece um frango sem pescoço e sem cabeça. As asas são dois traços leves da esferográfica. Um pássaro parece uma estrela.
Lecturas de alumnas y alumnos de José Manuel y sus colegas
Fitografía 31
Ana Raquel
Parece um pavão. Uma explosão. Um cavalo.
Tiago Vasconcelos
A mancha na árvore parece um cogumelo, um pequeno monstro, um viajante, um companheiro, um ser vivo.
Samuel Ferreira
A mancha gravada na árvore , parece a cabeça de um pássaro.
Diz a árvore: – Eu alimento o meu passarinho. Eu tenho muito medo que o meu passarinho morra. O meu passarinho é muito feliz e sempre será.
Afonso Queimado
A mancha na árvore parece erva a trepar. A árvore parece um rosto sem olhos E com um belo pescoço. Já perto da sua copa vêm chegando do céu. Um pássaro, uma pata de coelho. E uma nuvem que parece pão.
Dara
A mancha na árvore parece um elefante.
Rayssa
A mancha da árvore parece: Um patinho raivoso com os braços na cintura, uma nuvem a dar à língua e uma cabra.
Gabriela Cravo
A mancha na árvore parece duas girafas, uma palmeira ou um elefante
Victória
A mancha na árvore parece uma árvore dentro de outra.
Fitografía 46
Henrique Lopes
A árvore parece uma baleia gigante, um dinossauro e uma tartaruga.
Guilherme Guerreiro
As manchas brancas são pegadas da neve, as verdes são de flores, as castanhas, pássaros!
Maitê Baltrusoit
Esta árvore parece uma montanha e uma caverna.
Heloísa Razera
A árvore parece um rio. As partes verdes, grama; e as partes brancas, água do rio.
Luana
Parece que um pássaro passou por ali sujou a árvore e deixou uma cosia verde.
Joana Romão
Para mim, a imagem diz que não devemos deitar lixo para o mar porque aquelas manchas são o lixo que as pessoas deitam e então o mar decidiu provocar um tsunami que é o mar a subir para devolver o lixo para terra.
Fitografía 62
Cauã Sousa
Eu escolhi a fitografia 62 porque na parte verde vejo cor, mas na outra eu vejo um monstro solitário e triste. Eu consegui ver uma parte em que ele estava furioso e atacou a vila dos dinossauros, porque também consigo ver dois dinossauros. Conseguem ver os dinossauros ou não?
Fitografía 17
Filipe Seixas
A flor parece a barriga grávida da mãe e a fitografia está a dizer que também nós fomos bebés.
Joana Romão
Para mim, a imagem diz que não devemos deitar lixo para o mar porque aquelas manchas são o lixo que as pessoas deitam e então o mar decidiu provocar um tsunami que é o mar a subir para devolver o lixo para terra.
Fitografía 52
Maria Nunes
A fitografia está a dizer-me que hoje há relâmpagos, os riscos parecem relâmpagos. A cor está acinzentada para mim parece de noite.
El proceso:
Primeiro, cheguei à sala de aula — bom dia — e falei da possibilidade das árvores terem inscritas/gravadas no seu tronco mensagens que só as crianças sabem ler e entender. Depois desenhei essas possíveis árvores no quadro: uma com linhas de escrita horizontais; a outra, verticais. Depois disse que iria enviar uma fotografia para a caixa de correio electrónico da professora para eles verem, falarem e me dizerem, nesta semana, que mensagem, que história, que poema estaria gravado na árvore pela “mão” da própria árvore. Depois veio a questão do desenho: desenha-se a árvore ou não? em que papel? grande ou pequena? …mil perguntas, mil questões de esclarecimento. Bom. O melhor é fazer já a tarefa! Pensei! E resolvemos fazer… Todos/todas pegaram numa folha e escreveram. E o que eles disseram foi isso que podeis ver e ler, coisas simples, de crianças, mas encantadoras: poesia. Cada aluno/aluna desta turma é uma festa.
El autor
José Manuel Leite Teixeira. Professor no Agrupamento de Escolas Daniel Sampaio, Almada, Portugal. Trabalho em cinco escolas (sobretudo com alunos pequeninos/pequeninas). Gosto de ensinar as crianças, os adolescentes e os jovens utilizando todas as formas de arte. Gosto especialmente de contar histórias para mudar o mundo (ir mudando também um bocadinho). As histórias são uma excelente estratégia para cativar as crianças para a paz e para a fraternidade.
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